#06 Acontece que a normalidade não existe
Dezembro de 2024, Rio de Janeiro ou qualquer lugar do mundo.
Sobre o quê?: caminhos, erros, loucura, escrita, Gonçalo Tavares, Pandora.
Convidada da vez: Julia Codo, escritora genial, autora de Você não Vai dizer nada, responsável pelas conversas mais absurdas que já tive na vida, amiga que mais compartilha comigo os caminhos errados e espátulas derretidas, e que ainda vai se fantasiar de Hilda e Lygia comigo no carnaval.
Nota de início: Um amigo me disse que posso ter encontrado o meu caminho. Não sei. Talvez um caminho, não o. Mas é confortante alguém achar que encontrei algo tão afirmativo. O que mais encontro são respostas com uma interrogação no final. É que tenho pensado muito sobre as perguntas, sobre como tudo na vida nasce e morre numa pergunta. Uma tese que não pretendo comprovar.
Uma tese que não pretendo comprovar
“A diferença entre as paixões e as profissões é que nas primeiras não se cumprem horários. E não há possibilidade de estar de fora: alguém apaixonado está sempre dentro dessa atividade. Quanto às profissões é diferente: podes olhar de fora para o que fazes.”
A perna esquerda de Paris, Gonçalo Tavares
Foram várias as vezes em que eu disse convicta, vestida de certezas, que acabei meu primeiro romance. Disse recentemente para minha nova analista, no primeiro dia, ainda sem contexto. Ela retrucou: livro ou relacionamento? Um relacionamento com um livro, completamente abusivo, respondi. Não que eu esteja fazendo piada com relacionamentos abusivos. A piada aqui é comigo mesma. Querer escrever é uma piada. Uma piada séria e irônica, mas é. Quase ninguém lê. Quase nunca é um ofício capitalizado. Quase ninguém enxerga a escrita como uma profissão.
[— Você só escreve ou também trabalha?— Eu só escrevo, mas também trabalho]
Ainda assim eu não consigo imaginar minha vida sem a literatura. Não é força de expressão. Eu não consigo. Também não é romantismo, ó, vivo paras vocês, letras amadas. Não. É um desejo que tem outro nome, um nome sem nome, mas tem.
Eu não sei como é não querer escrever. Perdi essa memória há tempos. Ou nunca a tive. Como deve ser não ter que lidar todos os dias com a compulsão de querer escrever todos os dias?
Escrever é um pouco como estar apaixonada. A paixão é a loucura mais comum que existe. Tão comum que nem sempre é vista como loucura. Tem quem ache até bonito. O que eu queria dizer é que a paixão e a necessidade da escrita são inescolhíveis. Com o amor é diferente, um amor pode ser escolhido, eu acho, até inventado (neologismos do amor). A paixão não. A paixão acontece, seja por excessos, descuido ou predestinação, não importa, ela acontece sem pedir nenhuma licença, como uma multa de trânsito, um pé torcido ou um tique de nascença.
Ainda assim a comparação é ruim. Paixões acabam (lembro a primeira vez que senti o momento exato em que uma paixão acabou em mim. Foi mais libertador do que triste). A vontade de escrever não, essa impregna, e a cada palavra posta, a imagem da estrada pela qual se chegou até ali desaparece.
Não existe retorno. O que existem são curvas, morros e rotatórias, muitas, aquelas que nos prendem em momentos de bloqueio, nas quais ficamos rodando rodando rodando rodando até encontrarmos uma saída que nos leva sempre para o que vem depois, nunca antes.
Tão comum que nem sempre é vista como loucura
Louca é a pessoa que torna funcional um objeto considerado inútil;
e torna inútil a inutilidade dos normais.
A perna esquerda de Paris, Gonçalo Tavares
Um pedaço da minha caneta quebrou. Era uma parte supostamente feita para se prender a caneta na capa de um livro ou uma agenda (eu ainda uso canetas, e agendas). Era feita de madeira clara, igual a um palito de picolé. Olhei e achei que fosse uma boa superfície para se escrever algo. Gastei um tempo considerável pensando e acabei escrevendo: Sei lá. Deixei na minha mesa como um enfeite memorativo.
Já falei nessas newsletters (palavra feminina ou masculina?) sobre meu apreço pelas nuances. Isso tem piorado. Se antes os detalhes me surpreendiam, agora, além de me surpreenderem, cada vez mais eu procuro por eles, e cada vez mais, os acho, ora escondidos, muitas vezes escancarados.
Os detalhes não são raros como a palavra induz. São numerosos. Tanto que nosso cérebro se organiza de modo a não os notar a todo momento. Se notássemos, os momentos durariam eternidades, e se os momentos durassem eternidades o tempo entraria em colapso.
Teve o amigo que disse que deve ser muito cansativo ser eu, você presta atenção demais em tudo o que acontece. Ele tem razão. Ao mesmo tempo, já virou hábito. Acho tão normal apontar coisas estranhas pelo meu caminho que geralmente tenho certeza de que todo mundo viu a mesma coisa do que eu.
O curioso é que estar atenta faz de mim uma pessoa extremamente distraída. Estou sempre tropeçando, chutando quinas, deixando panelas queimando no fogão, e derrubando todo o meu redor.
Derrubando todo o meu redor
Uma grande amiga, também escritora, uma vez me disse que todo escritor é esquisito, mas que eu, apesar de ser escritora, não sou tão esquisita assim. Me senti ofendida. Eu queria ser esquisita. Não para ser igual aos outros, para ser escritora. Depois entendi que o fato de eu parecer pouco esquisita é talvez o que haja de mais esquisito em mim.
[Um tempo depois ela se redimiu e disse que eu sou um pouco esquisitinha, sim.
Não me lembro exatamente o que eu fiz para ganhar, finalmente, o título]
Mas não importa. Rosa Montero no livro O perigo de estar lúcida diz que uma pesquisa do Departamento de Psicologia da Universidade Yale, de 2018, afirmou que a normalidade não existe, “como o modelo ideal de indivíduo normal é elaborado pela média estatística de uma pluralidade de registros, não deve haver uma única pessoa no planeta que gabarite o conjunto de valores. (...). Somos todos esquisitinhos, embora, é verdade, uns mais do que outros.”
Eu não sei bem o porquê de estar escrevendo tudo isso. Não sei qual caminho estou seguindo aqui. Sei que me deitei no divã pela primeira vez e minha psicanalista disse que era um caminho sem volta.
Acho que a loucura, a loucura mesmo, aquela que acontece quando as pessoas esquisitas (que a essa altura é sinônimo de pessoas) ultrapassam os limites da esquisitice aceitável, também é um caminho sem volta, ainda que cheio de voltas.
Um caminho sem volta, ainda que cheio de voltas
Mas Zeus encolerizado em suas entranhas (...)
para os homens tramou tristes pesares.
O trabalho e os Dias, Hesíodo (tradução Mary Lafer)
Escrever é um modo de não ser, sendo. É uma forma de respirar de nariz e boca fechados. É um entorpecimento gratuito que custa caro. É uma insânia. É que quando eu nasci, um anjo torto e alfabetizado me entupiu de palavras. Não à toa com um ano de idade quase morri asfixiada com a garganta cheia de aftas. Desde então, sempre que eu não consigo me expressar, minhas amígdalas inflamam.
[Quando criança eu queria ser cantora. Talvez tenha sido apenas uma interpretação errada, meu destino era gritar mais baixo].
Eu queria escrever com minhas entranhas. Mas eu nunca alcancei minhas entranhas. Nunca consegui fazê-las saltarem para fora do conforto das suas profundezas. Há, porém, um contato. Elas sussurram. Murmuram cantos de sereias entorpecentes, desaparecendo pouco depois como faíscas ingratas que prometem fogo e não dão.
As entranhas falam língua estranha e não vem postas em orações subordinadas. Se procuro seu sujeito e predicado, me perco antes mesmo do primeiro passo. Eu quero me perder, mas não apenas no primeiro passo. Quero me perder em todos os passos, só assim vai ser possível criar um caminho oposto ao que dizem ser o caminho certo.
Uma das definições de entranhas é o conjunto de órgãos que se encontram no ventre de animais e humanos. Pode também ser um corte de carne de boi, localizado na parte interna da costela. No sentido figurado entranhas pode significar coração, âmago, intenso, profundidade, caráter ou sentimento. Já como verbo pronominal, entranha significa penetrar, embrenhar-se profundamente.
Eu sempre flertei com a loucura, mas nunca consegui me embrenhar o suficiente para ela tomar o controle. Talvez seja culpa da minha vaidade que insiste em se importar além do que deve, mesmo sem dever nada a ninguém.
Eu sempre flertei com a loucura
A si mesmo o homem faz mal a um outro o mal fazendo.
O trabalho e os Dias, Hesíodo (tradução Mary Lafer)
O maior problema em escrever é que muita gente escreve. Digo. Muita gente é alfabetizada (ainda que a maioria não seja e isso crie nosso enorme abismo cultural e social). E muita gente que é alfabetizada e escolarizada sabe escrever. Isso faz com que uma pessoa que não se interessa por literatura ou não saiba nada sobre literatura, possa ser também uma pessoa que escreve, ainda que não literatura.
[Até a inteligência artificial sabe escrever, mas eu não quero falar sobre isso.]
O segundo maior problema é que o mundo tem cada vez mais problemas e cada vez mais pessoas escrevem e opinam e divulgam e criticam e comentam sobre esses problemas. Já o terceiro maior problema e talvez o maior de todos é que cada vem menos pessoas leem (o que pode ser a causa de todos os outros maiores problemas).
Recentemente, saiu um estudo dizendo o Brasil perdeu 6,7 milhões de leitores nos últimos quatro anos. Os motivos levantados são: crise econômica, a mudança no comportamento de consumo de mídia, a falta de estímulo e estrutura, fatores sociais e políticos, o aumento dos preços dos livros — sendo que os ricos lideram o ranking dos que leem menos no Brasil.
Sim, os ricos leem cada vez menos. E cada vez menos os pobres têm acesso aos livros. E cada vez mais os livros custam caro. E cada vez mais o que é caro é coisa dos ricos que estão cada vez mais livres. E cada vez menos os livres são presos. E cada vez mais os presos são pobres. E cada vez menos os pobres são vistos. E cada vez mais os que são vistos são ignorados. E cada vez menos os ignorados querem paz. E cada vez mais a paz é consequência da guerra. E cada vez menos a guerra tem a ver com a justiça. E cada vez mais a justiça se torna absurda. E cada vez menos os absurdos são considerados anormais.
Acontece que a normalidade não existe.
O Brasil perdeu 6,7 milhões de leitores
A primeira vez que eu disse que tinha acabado um romance, eu fui para a minha primeira Flip. O talvez livro era sobre minha avó e o título (um grande erro) era o nome de dois amantes que ela teve ao longo da vida, ambos belgas e ambos de mesmo nome: Os dois Henris.
Certezas não são meu forte, talvez eu nem acredite nelas (eu não acredito nelas), mas por algum motivo eu acreditei e contei para alguns recém escritores que me fizerem a clássica pergunta feita em festas literárias: e você, tem algum livro publicado? Não, nunca publiquei, mas acabei de acabar (adoro essa expressão) meu primeiro romance.
Quando eu disse o título, um deles perguntou: Os dois rins?
O problema das festas literárias e de conviver com muitos escritores e escritoras é que nesses eventos somos conscientemente iludidos de que as pessoas leem, escrevem, falam de literatura e até vivem disso. Na Flip de 2023 fiz uma lista de coisas que numa festa literária são comuns, mas fora delas seriam consideradas exóticas.
Escritores (quantas vezes eu disse que era escritora e ouvi um uau, que chique).
Escritor ser considerado uma profissão.
Pessoas carregando livros de um lado para o outro.
Pessoas carregando livros de um lado para o outro e usando chapéu .
Uma pessoa sozinha num restaurante lendo.
A Rede Globo falando de literatura.
Livrarias lotadas com pessoas comprando livros - de literatura.
Uma pessoa que tinha medo de levar desconhecidos para fazer sexo casual na sua casa e eles roubarem seus exemplares do Drummond autografados.
Naquela primeira Flip, eu me apaixonei. A paixão acabou. Virou um conto. Já a vontade de escrever, aumentou. O tal romance não foi para frente, ainda bem. Não era um romance escrito com a profundeza de todos meus órgãos, nem ao menos dos meus rins. Eu ainda não estava pronta para as entranhas. E cada vez mais, eu acredito que a salvação será pelas entranhas.
Eu ainda não estava pronta para as entranhas
Mas os erros treinam-se, repara.
A perna esquerda de Paris, Gonçalo Tavares
O que mais errei na vida foram caminhos. É um talento. Tenho uma capacidade exemplar de pegar o caminho errado. Geograficamente, digo. Eu nunca chego em um lugar na primeira tentativa. Mesmo com a bolinha do GPS me guiando.
Já esse papo de eu ter encontrado meu caminho, aí sim metaforicamente, ainda vai demorar um pouco para eu entender para qual lado a bolinha está andando.
O que mais errei na vida foram caminhos
(...) mas a mulher, a grande tampa do jarro alçando, dispersou-os e para os homens tramou tristes pesares. Sozinha, ali, a Expectação em indestrutível morada abaixo das bordas restou e para fora não voou, pois antes repôs ela a tampa no jarro.
O trabalho e os Dias, Hesíodo (tradução Mary Lafer)
A normalidade não existe. Mas a loucura sim. Porque a loucura não é o oposto da normalidade. A loucura cada vez mais me parece ser a única forma possível de sobreviver diante daquilo que Eles (sim, com letra maiúscula) estipularam como normalidade. Loucura é um método, não um estado. Outra tese que não pretendo comprovar.
No podcast Sobre Sonhos, criado pelo Meno Del Picchia e Nina Rahe, o convidado do primeiro episódio, o escritor Lourenço Mutarelli, fala que quando você volta de experiências de loucura e de morte, ou o que as pessoas gostam de chamar de sobrenatural, você sempre perde algo e volta com sequelas. Tem sempre algo de você que fica e algo que em você que volta.
Ele também faz uma crítica ao fato da nossa civilização ter sido construída sobre uma só metade da chamada realidade. Me conforta ao mesmo tempo que me assusta pensar que não há apenas uma realidade.
[Não sei se os males do jarro de Pandora atingiram todas as realidades possíveis].
Mary Lafer, professora e tradutora do grego, em O trabalho e os dias, de Hesíodo, traduziu a palavra elpís para expectação. Isso significa que o que estaria no fundo do jarro de Pandora, não era a esperança, e sim a expectação – ou seja, a espera, que pode ser de algo negativo ou positivo, mas uma espera.
Se for isso mesmo, o jeito é esperar. Vai que o homem nasceu mau e esteja há milênios se corrompendo para um dia chegar, finalmente, ao seu contrário. Vai que todo mundo é bom.
No meio do caminho da escrita desta newsletter um policial militar jogou um homem - já rendido – do alto de uma ponte, como se ele fosse um saco de lixo. O comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo disse que não passou de “um erro básico, um erro emocional de jogar o rapaz ali”.
Um erro básico, um erro emocional
Talvez a espera seja mais longa do que eu imaginava. Talvez a normalidade não exista porque tem sido normal não acontecer nada diante de tudo o que acontece. Talvez as sequelas não sejam tratáveis e enlouquecer seja mesmo o único caminho de volta. Talvez precisemos desviar de todos os males que escaparam do jarro, como numa corrida de obstáculos, na espera de que mais adiante encontremos a tampa do jarro ou, quem sabe, outras traduções para a palavra esperança. Talvez escrever seja um jeito de criar uma nova normalidade e a ficção seja a outra realidade de que Mutarelli fala.
Talvez meu amigo tenha razão. Talvez eu tenha encontrado o meu caminho, errado, sim, mas o único caminho possível.
Sessão entrevista ou essa minha mania de fazer perguntas
Falei tanto de erros nesta newsletter que depois de finalmente conseguir da Julia Codo responder minhas perguntas, enviei para ela as perguntas erradas. Ao invés das que criei para esta edição, enviei as perguntas da minha newsletter #02.
Vou deixar, primeiro porque as respostas da Ju estão, como esperado, maravilhosamente esquisitas (dignas de uma escritora do seu calibre). Segundo porque é um exemplo prático dos meus erros e flertes com a loucura.
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Uma pergunta clichê: se você fosse um bicho, qual bicho seria?
Apesar do meu apreço pelas capivaras, gostaria de ser um pássaro (pura inveja do voo).
Uma pergunta meio absurda: para qual bicho você daria o poder de falar?
Um pássaro que fala seria um papagaio, certo? Então, não, nada de pássaros. Acho que o mais interessante seria ter uma amostra da fala de diferentes bichos. Estou aqui imaginando nós duas comparando a voz e a sintaxe de um gato persa, uma sucuri, um coala e um sapo-cururu. E o axolote? (Você já viu a cara do axolote?). O axolote aparenta ter um timbre bem infantil, mas seria ótimo se a voz dele fosse tipo a do Seu Jorge.
Mas pensei agora no peixe-mão-de-rosa (voz aveludada), que imagino dizendo coisas como: “o amor é uma ilusão” ou “o mundo está perdido”.Uma pergunta sobre uma palavra: qual palavra sabe voar?
Mais uma resposta geminiana imprecisa: quando li a pergunta, pensei numa imagem: um saco plástico branco voando sobre a calçada. Sabe aquela cena do filme “Beleza Americana”? E o personagem olha o voo do saco e diz: “Foi quando eu entendi que existe essa vida inteira por trás das coisas”. O problema é que saco não uma palavra muito bonita. Pensei, então, na palavra imaginação. Não sei se ela me satisfaz. O melhor foi consultar o Dicionário Analógico e descobrir a palavra aeromancia, que quer dizer “adivinhar o futuro por meio da observação do ar”. Temos também a palavra ornitomancia, “adivinhar o futuro interpretando o voo das aves”. A minha palavra perfeita seria aquela que significasse “adivinhar o futuro por meio da observação do saco”, mas parece que ela não existe.
Uma pergunta sem resposta certa: o ser humano é o um ser racional?
Acho que o ser humano é um ser emocional (e traumatizado) que às vezes consegue racionalizar (o que não quer dizer muita coisa).
Faça uma pergunta para minha afirmação: eu preciso continuar tentando.
Desistir é um ato de coragem ou de covardia? Ou então: O que o texugo-do-mel (considerado o animal mais teimoso do mundo) disse para a o besouro cego anophthalmus hitleri, que já bateu a cabeça 37 vezes contra uma pedra e ainda não entendeu que não vai conseguir sair por ali?
Ninguém me perguntou, mas aqui vai uma curiosidade: o besouro cego anophthalmus hitleri recebeu esse nome em homenagem a Hitler, que na época até mandou uma carta de agradecimento ao colecionador austríaco que batizou o inseto. Hoje estão tentando mudar o seu nome vernacular para besouro cego esloveno das cavernas (muito mais simpático).
aqui sempre tem uma baguncinha boa, sou fã ❤️